Google retira cotação do dólar após erro no valor informado. No dia 25 de dezembro, quem tentou consultar a cotação do dólar no Google se deparou com um valor inesperado: R$ 6,35. Esse valor estava bem acima da última cotação registrada antes do feriado. Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou a R$ 6,1851, após o mercado de câmbio não operar na terça e na quarta-feira de Natal. Depois de exibir essa cotação equivocada por várias horas, o Google removeu a informação de seu sistema de busca. No entanto, a plataforma não escapará de prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
A Advocacia Geral da União (AGU) anunciou que solicitará ao Banco Central informações sobre a cotação do dólar em relação ao real. Dessa forma, ela busca esclarecimentos sobre a possível divulgação incorreta de dados. A AGU informou, por meio de uma nota oficial, que pretende reunir subsídios para uma eventual ação judicial contra a gigante de tecnologia, que também opera no Brasil.
A assessoria de imprensa do Google no Brasil afirmou que removeu a cotação errada “por ora”. Porém não esclareceu se novas medidas seriam tomadas para evitar futuros equívocos.
Google remove cotação incorreta do dólar
A cotação apresentada pelo Google, de R$ 6,35, estava acima do valor registrado no mercado cambial na quarta-feira anterior (18). Na ocasião o dólar fechou a R$ 6,267. Embora não tenha sido a primeira vez que o Google exibiu uma cotação incorreta, o erro gerou maior atenção por ocorrer justamente quando os mercados estavam fechados. Essa situação impediu a correção de maneira imediata do valor apresentado.
O Google informou que a cotação incorreta veio de várias fontes terceirizadas, como a Morningstar, uma empresa global com sede em Chicago. Embora a cotação incorreta não ser exibida nos resultados da pesquisa, ela permaneceu disponível no Google Finance. A ferramenta é destinada a investidores e fornece dados sobre o desempenho dos ativos financeiros.
O contexto da volatilidade cambial no Brasil
Esse erro acontece em um contexto de grande volatilidade no mercado cambial brasileiro, que está particularmente instável desde o início de 2024. Fatores internos e externos têm influenciado a alta do dólar, com um dos principais motivos sendo a fuga de capitais do país. O Banco Central, para conter a pressão sobre o real, tem atuado com operações extraordinárias de venda de dólares, injetando moeda estrangeira no mercado para manter a liquidez.
Em dezembro, o fluxo de saída de recursos tem batido recordes, com um número significativo de investidores e empresas realizando remessas de dólares para o exterior. Essa movimentação tem pressionado o valor da moeda americana em relação ao real. Para lidar com essa situação, o Banco Central tem oferecido volumes atípicos de moeda no mercado à vista, na tentativa de equilibrar a oferta e demanda de dólares.
Incertezas políticas e econômicas internas alimentam essa volatilidade cambial, incluindo a atual gestão governamental. O governo federal tem adotado medidas que, embora busquem estimular a economia, também geram expectativas de inflação mais alta e um aumento nas pressões fiscais. O impacto disso reflete na desvalorização do real frente ao dólar, já que os investidores tendem a buscar refúgio em moedas mais fortes como o dólar em períodos de instabilidade econômica e política.
Influência do Governo na Desvalorização do Real
O atual governo tem enfrentado desafios econômicos que contribuem para a desvalorização do real. A implementação de políticas fiscais expansionistas e o aumento do gasto público, por exemplo, têm gerado receios no mercado financeiro sobre a capacidade do governo de controlar a inflação e manter o equilíbrio fiscal. Essas preocupações afetam diretamente a confiança dos investidores, que, diante da incerteza, preferem manter seus investimentos em dólares ou outros ativos mais seguros.
Além disso, o ambiente político, com frequentes discussões sobre reformas e políticas econômicas, também contribui para uma percepção negativa do real. O mercado cambial, que já opera em um cenário de alta volatilidade, sente os reflexos dessa instabilidade, fazendo com que a moeda brasileira perca valor frente ao dólar.
Assim, o erro na cotação do dólar no Google, embora tenha sido um incidente técnico, ocorre em um cenário mais amplo de fragilidade da moeda brasileira. O real se vê pressionado tanto por fatores externos quanto internos. Portanto, o governo terá que trabalhar para melhorar a confiança do mercado e buscar estabilizar a economia. O objetivo é evitar que a moeda continue a sofrer desvalorização, o que pode afetar negativamente os consumidores e a economia como um todo.