A morte de Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, será um evento raro e solene no país: um funeral de Estado. A cerimônia pública, que celebrará a vida e o legado de Carter, ocorrerá em várias etapas, com eventos em Atlanta e Washington, D.C., seguidos de um enterro privado em sua cidade natal, Plains, na Geórgia, conforme anunciado pelo Carter Center.
A morte de Jimmy Carter: o Funeral
Embora os preparativos ainda estejam sendo finalizados, o funeral de Estado de Carter está se configurando como uma das cerimônias mais significativas realizadas para um ex-presidente. O último funeral de Estado realizado nos Estados Unidos foi o de George H.W. Bush, em 2018. Durante essa cerimônia, que teve a Catedral Nacional de Washington como um dos locais principais, 3.000 pessoas, incluindo líderes políticos e familiares, se reuniram para prestar suas últimas homenagens ao 41º presidente. Jimmy Carter esteve presente na ocasião, ao lado de outros ex-presidentes, como Bill Clinton, Barack Obama, George W. Bush e o então presidente Donald Trump.
A Força-Tarefa Conjunta da Região da Capital Nacional divulgará a programação detalhada do funeral de Carter, que coordena as cerimônias de funerais presidenciais. De acordo com essa organização, um funeral de Estado segue uma tradição de 7 a 10 dias e ocorre em três fases: cerimônias no estado natal do presidente falecido, eventos em Washington, D.C., e a cerimônia final no estado onde o presidente escolheu o ser enterrado — no caso de Jimmy Carter, em Plains, Geórgia.
Joe Biden Ordena Funeral de Estado
Em um comunicado oficial, o presidente Joe Biden declarou: “Para homenagear um grande americano, ordenarei que realizem um funeral oficial de Estado em Washington D.C.” A decisão de realizar um funeral de Estado é tomada pelo presidente em exercício, e a organização dos eventos fica a cargo do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, com a supervisão da Força-Tarefa Conjunta da Região da Capital Nacional. A cerimônia provavelmente contará com a presença de líderes internacionais, que prestarão homenagens a Carter, um dos presidentes mais admirados da história dos Estados Unidos.
Os detalhes sobre os eventos públicos e privados, como o número de cerimônias e os locais, são geralmente definidos com base nos desejos da família do falecido, em consonância com as diretrizes militares para funerais presidenciais. Para cada ex-presidente, existe uma certa autonomia na organização do próprio funeral, e esse aspecto teve destaque durante o funeral de George H.W. Bush, quando se revelou que os próprios presidentes participam ativamente da definição de como desejam as homenagens.
A História de Jimmy Carter: Um Legado de Serviço e Paz
James Earl Carter Jr., conhecido mundialmente como Jimmy Carter, foi o 39º presidente dos Estados Unidos, servindo de 1977 a 1981. Nascido em 1º de outubro de 1924, em Plains, Geórgia, Carter se formou na Academia Naval dos EUA e foi subsequente oficial da Marinha antes de entrar para a vida política. Ao longo de sua carreira, destacou-se pela sua dedicação à paz e aos direitos humanos. Visto que ele foi um defensor das questões ambientais, da desarmamento nuclear e da promoção de acordos internacionais que beneficiassem a diplomacia global.
Antes de sua presidência, Carter foi governador da Geórgia, onde implementou reformas políticas e sociais significativas, incluindo iniciativas em educação e direitos civis. Sua eleição à presidência, em 1976, veio após um período de desconfiança em relação aos líderes políticos dos EUA, especialmente após o escândalo de Watergate. Carter era uma alternativa honesta e reformista, marcaram seu mandato tanto os desafios econômicos internos quanto os momentos de grande diplomacia internacional.
Presidência de Jimmy Carter
Durante sua presidência, Carter enfrentou uma grave crise econômica interna, com altas taxas de inflação e desemprego, além da crise do petróleo. No entanto, a principal lembrança será pela sua política externa, destacando-se por seu papel na mediação do Acordo de Camp David em 1978. Esse acordo levou à paz entre Egito e Israel — um feito que lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
Após deixar a Casa Branca, Carter continuou seu trabalho como defensor dos direitos humanos e das causas humanitárias por meio da fundação do Carter Center. A fundação se dedicou a combater doenças infecciosas, promover a democracia e garantir eleições livres e justas ao redor do mundo. Sua postura ética e compromisso com o serviço público o transformaram em um dos ex-presidentes mais respeitados da história dos Estados Unidos.
Aos 99 anos, Carter se afastou da vida pública para se concentrar em sua saúde. Entretanto ele continuou ativo como defensor da paz e da justiça social. Jimmy Carter dedicou sua vida à melhoria do mundo, e as gerações futuras lembrarão do seu impacto.